Arte nas Ruas

A rua agora é arte!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Considerada o coração de São Paulo, a Avenida Paulista é palco para vários artistas de rua da cidade, mas com a chegada do natal a avenida deixa de ser cenário e se torna o próprio espetáculo. Milhões de lâmpadas fazem brilhar os olhos dos visitantes que lotam a Paulista, principalmente aos finais de semana.



Sr. e Sra. Noel em versão “gigante” , uma agência bancária que parece ter saído de um conto natalino e o Parque Trianon com suas árvores luminosas são alguns dos pontos que chamam mais atenção. Há corais que se apresentam aos sábados e domingos cantando, é claro, temas de natal. Dentro do parque Trianon também existe uma “balada silenciosa”, é só pegar um dos fones disponíveis e dançar em um espaço que recebe uma decoração mais alternativa.



O MASP não podia ficar apagado diante de tanta luz na avenida. Além da decoração que contorna o museu também são realizadas projeções de imagens.
Há um roteiro organizado pelo SPTuris que por R$ 8 circula por vários pontos de São Paulo decorados para o natal, incluindo a Avenida Paulista (o passeio dura 3 horas).

Não se sabe quem são os técnicos que instalam as luzes, nem os decoradores que pensam em cada detalhe deste natal paulistano, mas tudo o que eles realizam é encantador e nos permite esquecer por alguns momentos as dificuldades desta cidade. Com certeza eles são artistas, e a rua é a arte que fazem.

Repentistas Emboladores

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008



Um alagoano, o outro piauiense. Juntos numa brincadeira cantada que faz parar quem passa pelo centro da cidade.
Praça da Sé, Rua 15 de Novembro, Vale do Anhangabaú, não importa.






Onde houver uma roda e muita gargalhada certamente Peneira e Sonhador estão fazendo o que sabem de melhor, repentes.
Juntos há mais de 10 anos os emboladores tem um CD e até um DVD, que vendem enquanto se apresentam pelas ruas. É daí que tiram seu sustento e divertem a todos.







A Mulher do Fogo

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A luz vermelha acende, e o espetáculo começa.
Em meio aos carros, gasolina e isqueiro são as armas da garota que seduz com o fogo. Joga os malabares em chamas para o alto e ilumina um pedacinho entre a Nove de Julho e a Rua Estados Unidos. Enquanto hipnotiza quem passa por ali, só pensa na filha e no marido que sustenta com o dinheiro que recebe nos semáforos.

Sandra começou a trabalhar nas ruas com malabarismo não por amor a arte, mas pela necessidade de quem já não via mais saída. Num natal, em que o desespero tomou conta da família, ela saiu pra rua e foi para o farol, sem nem saber como jogar os malabares.



“Eu fiquei olhando os meninos fazerem, e aí tomei coragem e fui fazer também. Derrubei tudo, morri de vergonha, mas quando fui passar pra pegar dinheiro ganhei 50 reais no primeiro carro. Dalí fui direto pro mercado, comprar comida pra levar pra casa”.

Hoje, dois anos depois, Sandra se apaixonou pelo malabarismo, e a cada dia seu show fica mais completo, mais arriscado.
Quando passar por aquele farol preste atenção: sempre terá alguém gritando e aplaudindo a mulher do fogo.

Donos de habilidades especiais, os artistas de rua atraem dezenas de espectadores na maior metrópole do país.
O Cidadão do Mundo quer mostrar histórias, casos e a vida dessas pessoas que deixam a cidade cinzenta um pouco mais colorida aos olhos daqueles que se propõem a apreciar o espetáculo.
E é esse show cheio de cores, luzes,sons, fogos, sorrisos, lagrimas e dor que vamos apresentar.


(...) Que a cada gesto do descalço malabarista de rua...
Cada passo da desdentada sambista seminua...
Nós te amamos meu Senhor...

Cada firme traço do cansado e anônimo pintor...
Cada acorde romântico na praça do violeiro cantor...
Nós te amamos Senhor(...)

Oração do artista de rua
Carlos Wiederspahn.